Lisboa - 1984 - 1993
Os gestos da terra

Solicitude, 78 x 45; A Mão Gruta, 78 x 40; Arvorescência, 78 x 45, 1989, Têmpera sobre cartão prensado

A Estela, 1987, Lápis sobre papel, 80 x 70 Dança Nupcial, Lápis sobre papel, 48 x 36
São figuras introvertidas. Não se situam no campo: não têm qualquer tipo de relação com a envolvente. Estão sobre uma página branca, sem mais. Fechadas sobre elas mesmas, ignoram tudo quanto as rodeia. O gesto fecha-se de modo autista. O gesto da terra é um retorno. Vai-se da rigidez de uma qualquer Petridade à fingida moleza da Florescência. O rendilhado de a Estela ou de o Retorno contrapõe-se à firmesa afirmativa de a Dança Nupcial e à leveza dos esboços. Depois, subitamente, será a violência expressiva de os últimos trabalhos da série, realizados a têmpera sobre cartão (Solicitude, A Mão Gruta, Arvorescência).
A Coroa do Rei, 1986, Lápis sobre papel, 70 x 80
O Retorno, 1989,. Lápis sobre papel, 40 x 60
A Teia, 1989, Lápis sobre papel,48 x 36
Florescência, 1987, Lápis sobre papel, 35 x 30
É uma época de desenho a lápis no reconhecimento da nobreza desse meio técnico que, suscinto na expressão, nada escamoteia e tudo permite. De grande riqueza melódica como que espaça os tons, definindo com precisão a melodia e salientando toda e qualquer eventual cacofonia. É de uma exigência enorme e de um grande potencial expressivo. Os Gestos da Terra foram em busca de isso mesmo.