terça-feira, 16 de fevereiro de 2010



OS ANOS 50

Montalegre - 1956 - 1962


Os anos do aprender

O curso de desenho por correspondência tem quase somente como resultante dar a ilusão de que o isolamento se rompe e se "acede à arte" porquanto  a auto aprendizagem prossegue.

Sobram alguns trabalhos e fotos esquecidos nos fundos das gavetas e que se referem aos anos de 1956 em diante. No entanto, considerando o grau de execução da perspectiva e da representação volumétrica, é de considerar que muitos outros trabalhos houve antes.

De facto mesmo quando, muito provavelmente, se copiam fotografias, o grau de execução obtido obriga a muitos exercícios prévios, a tentativas com fracassos ou êxitos relativos.

E depois, os retratos!!!
Sem Título, 1961, Lápis sobre papel, (?)










Sem Título, 1959, Aguarela sobre papel, 58 x 38

Retratos de um acentuado "romantismo", com toda a certeza tomados a partir das revistas de então, válidos agora para mostrar a execução conseguida ou a expressividade obtida.

De salientar que, apesar da insipiência por vezes manifesta se recorre às mais diversas técnicas, guardando um lugar previligiado o lápis enquanto instrumento de eleição, porque expressivo e na sua singeleza demonstrativo de insuficiências ou capacidades.





Sem Título, 1958, Lápis de cor sobre papel, (?)  
                                                                                                                                                                                                                                                                      
A Estrada do Castelo é o exemplo das dificuldades encontradas. Um   exemplo das  dificuldades para quem se inicia. Um encurvamento da estrada e um abaulado no pavimento de terra; uma marcação nitida aqui ou além dos sulcos deixados pelos carros de bois. Uma desordem evidente das bermas e a imponência dos carvalhos no dia cinzento de inverno
.Num registo  diferente, essencialment devido à técnica utilizada.A Rua Direita manifesta todas as dificuldades da expressividade a pincel e da exactidão do colorido, de toda a certeza menos acentuado, mais a imponência do Castelo que de facto esmaga visualmente a rua.



A Rua Direita, 1958, Aguarela sobre papel, 50 x 38                               A Estrada do Castelo, 1957, Carvão sobre papel, 20 x 14


O Moínho do Cinzas, 1958, Tinta da china sobre papel, 45 x 54          Casa na Mourela, 1959, Lápis sobre papel, 15,5 x 23





Era este o tipo de problemática: expressar no bidimensional tão somente o que se via. E os meios de que se dispunham eram  observar atentamente e tentar fazer melhor e melhor (com que critérios?).
Aquele paisagem estava ali : o rude planalto barrosão.
 Reconheça-se que os muros e paredes ciclópicos, os cabeços graníticos erodidos, a dureza tosca da paisagem constituiam um excelente tema quando se tem que apreender a consistência das formas, a firmeza do desenho, a expressividade do risco. Mas que se diga também que coloca sérios problemas na expressão dessa força imperativa e manifesta; na cor também, pelos cambiantes sombrios de cor de terra, subtis e afirmativos.



O Acampamento, 1959, Óleo sobre aglomerado, (?)


 O Beijo, 1957, Óleo sobre aglomerado, (?)
 

 Sem Título, 1956, Óleo sobre tela, (?)








                 Paisagem , 1958, Lápis de cor e tinta da china sobre papel, (?)



Encontro Social, 1956, Caneta sobre papel, 15 x 10






Os traços nem sempre são afirmativos e o desenho nem sempre revela exactidão.Mas salientem-se os trabalhos a partir da envolvente natural,
pelas consequências que terão na aprendizagem.


O quarto na casa de Montalegre nos anos 50