OS ANOS 50
Montalegre - 1956 - 1962
Os anos do aprender
O curso de desenho por correspondência tem quase somente como resultante dar a ilusão de que o isolamento se rompe e se "acede à arte" porquanto a auto aprendizagem prossegue.
Sobram alguns trabalhos e fotos esquecidos nos fundos das gavetas e que se referem aos anos de 1956 em diante. No entanto, considerando o grau de execução da perspectiva e da representação volumétrica, é de considerar que muitos outros trabalhos houve antes.
De facto mesmo quando, muito provavelmente, se copiam fotografias, o grau de execução obtido obriga a muitos exercícios prévios, a tentativas com fracassos ou êxitos relativos.
E depois, os retratos!!!
Sem Título, 1961, Lápis sobre papel, (?)E depois, os retratos!!!
Sem Título, 1959, Aguarela sobre papel, 58 x 38

De salientar que, apesar da insipiência por vezes manifesta se recorre às mais diversas técnicas, guardando um lugar previligiado o lápis enquanto instrumento de eleição, porque expressivo e na sua singeleza demonstrativo de insuficiências ou capacidades.
Sem Título, 1958, Lápis de cor sobre papel, (?)
A Estrada do Castelo é o exemplo das dificuldades encontradas. Um exemplo das dificuldades para quem se inicia. Um encurvamento da estrada e um abaulado no pavimento de terra; uma marcação nitida aqui ou além dos sulcos deixados pelos carros de bois. Uma desordem evidente das bermas e a imponência dos carvalhos no dia cinzento de inverno
.Num registo diferente, essencialment devido à técnica utilizada.A Rua Direita manifesta todas as dificuldades da expressividade a pincel e da exactidão do colorido, de toda a certeza menos acentuado, mais a imponência do Castelo que de facto esmaga visualmente a rua.
A Rua Direita, 1958, Aguarela sobre papel, 50 x 38 A Estrada do Castelo, 1957, Carvão sobre papel, 20 x 14
O Moínho do Cinzas, 1958, Tinta da china sobre papel, 45 x 54 Casa na Mourela, 1959, Lápis sobre papel, 15,5 x 23
Era este o tipo de problemática: expressar no bidimensional tão somente o que se via. E os meios de que se dispunham eram observar atentamente e tentar fazer melhor e melhor (com que critérios?).
Aquele paisagem estava ali : o rude planalto barrosão.
Reconheça-se que os muros e paredes ciclópicos, os cabeços graníticos erodidos, a dureza tosca da paisagem constituiam um excelente tema quando se tem que apreender a consistência das formas, a firmeza do desenho, a expressividade do risco. Mas que se diga também que coloca sérios problemas na expressão dessa força imperativa e manifesta; na cor também, pelos cambiantes sombrios de cor de terra, subtis e afirmativos.
O Acampamento, 1959, Óleo sobre aglomerado, (?)
O Beijo, 1957, Óleo sobre aglomerado, (?)


Sem Título, 1956, Óleo sobre tela, (?)
Paisagem , 1958, Lápis de cor e tinta da china sobre papel, (?)
Encontro Social, 1956, Caneta sobre papel, 15 x 10
Os traços nem sempre são afirmativos e o desenho nem sempre revela exactidão.Mas salientem-se os trabalhos a partir da envolvente natural,
pelas consequências que terão na aprendizagem.
O quarto na casa de Montalegre nos anos 50